domingo, 29 de janeiro de 2012

Entrevista para a Antena 1

Há já quase um ano, depois da participação no 10º Ignite Portugal em Lisboa, onde Micael Sousa - o fundador do Movimento ANTI-Corrupção - participou com um "talk", Sónia Morais Santos levou a cabo uma entrevista para a Antena 1 sobre as iniciativas do movimento e do blogue. A entrevista ao criador do Movimento Anti-Corrupção foi feita para o programa "Nós Vencedores", da responsabilidade da jornalista Sónia Morais Santos, isso numa semana eram entrevistadas várias pessoas com o tema "Cidadãos contra a Inércia".
Mesmo tendo já decorrido muito tempo desde a entrevista essa conversa e declaração mantém-se ainda e cada vez mais atual, sendo que a partilhamos agora aqui no blogue:

7 comentários:

  1. o PROBLEMA da cosciecialização não é comparavel ao do ambiente e da poluição.
    Primeiro pq quem fez a consciencialização para os problemas do ambiente foi o governo com campanhas sobre reciclagem, poupar água, etc etc
    Segundo o governo não tem interesse nenhum em consciencializar os cidadãos contra a corrupção pois esta é a sua forma de enriquecer e ganhar poder... não a vão combater óbvio.
    Terceiro, quem tem que combater a corrupção são as vitimas dela e essas vitimas são os cidadãos e nunca os políticos e afilhados, o que portanto invalida logo todo o processo de fazer disso uma luta ás claras e com apoios.

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  2. O que escreveu a Zita no comentário anterior é uma realidade, mas há mais.
    A corrupção não é uma característica portuguesa, mas após viverem tantos anos com ela, os portugueses tornaram-se corruptos por natureza. Os políticos, criados com a restante população, não são melhores nem piores. Observando o comportamento dos pais, as crianças adoptam-no, independentemente do que eles lhes possam dizer ou tentar ensinar. Habituados deste o berço, só protestam quando julgam que são directamente prejudicados sem mesmo imaginarem que também são atingidos por tabela.

    Os políticos não abandonam a corrupção simplesmente por muitos protestarem. Bem pelo contrário porque sabem que desabafando lhes permitem de continuar impunemente. Protestos nada mudam porque não existe luta contra a corrupção, mas apenas regulamentação para a sua lavagem. Continuando a aprovar pelo voto só perpetua o sistema: ora rouba um partido, ora rouba outro. À vez, segundo as eleições. Vejam como nenhum deles abdica de privilégios nem da corrupção, que nenhum partido apresenta um projecto válido contra ela no parlamento. Como todos os deputados, excepto o Seguro, votaram pelo financiamento dos partidos.

    Como com completamente tudo o que leva tanta gente a reclamar, não há 52 soluções, mas uma única: o controlo dos políticos e das suas decisões (leis, etc.) pela população. Nada disto é possível sem que a soberania seja devolvida ao que deveria ser o único soberano: o povo. De nada serve reclamar. Só um controlo apertado dos corruptos pode realmente controlá-los e reduzir bastante a corrupção. Não há milagres, não há outro caminho.

    Vista esta realidade, constata-se que este movimento, na direcção que está a seguir, é uma perfeita nulidade. Pior, é um atraso de vida por estar a alimentar a conjuntura da corrupção com mezinhas e remédios caseiros.

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  3. Quando os cidadão forem eles próprios o exemplo, a solução e não problema, quando quiserem ser também políticos com ética na dimensão cívica do termo, talvez teremos a capacidade de fazer a diferença e começar a contribuir um pouco para mudar esta cultura instituída e começar a combater a corrupção. Até lá, com o atirar da culpa para outrem sem assumir nenhuma daquela que, muito ou pouco, é de todos. Se ver em nós o defeito dos outros e chamar a si a responsabilidade de poder com pequenos actos fazer a diferença que queremos ver no mundo nada nunca mudará. Até lá teremos de evoluir, passar da repressão e condenação - ainda que muito necessária - para a consciencialização e prevenção.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Eu vi a transformação. Vi como era antes, vejo como é agora e vejo que piorou e não pouco sob esse ponto de vista específico. Não cabe aqui explicar o como e o porquê e seria demasiado longo para um simples comentário. Escrevi-o há muitos anos e publiquei-o. Isso e a crise, que está tudo ligado. Na altura em que acontecia, quando o dizia o mínimo que me chamavam era pessimista (http://www.leaopelado.org/estado.htm).

    Também há muitos que afirmavam e afirmam que o povo português não está preparado nem tem capacidade para uma verdadeira democracia e tem que deixar que outros decidam por ele. Já o diziam, entre outros, o Salazar e o Marcelo Caetano. Errado. Não é o hábito que faz o monge, mas o monge quem faz o hábito. Meios caminhos é o que agora temos.

    Sabemos bem que há muita gente bem intencionada, mas qualquer ideia, por melhor que seja, que não mude o que tem mesmo que mudar só serve para prolongar a vida da corrupção. Se eles se virem apenas apertados, mas não constrangidos a uma mudança radical que os controle, mudarão as regras da lavagem da corrupção e ela continuará sempre de vento em poupa.

    Estou convicto de que a ideia deste movimento é boa e louvável, mas a experiência diz-me que está muito longe de chegar. O futuro o dirá, como disse antes e se está agora a ver. O pior é os corruptos estarem agarrados à sua galinha dos ovos de ouro com unhas e dentes e por nada deste mundo a quererem largar a bem.

    O maior dos males é a desinformação sistemática que mantém a população numa ignorância mais profunda que aquela do tempo do lápis azul. As coisas, então, sabiam-se porque se queria saber; agora como se julga informado não se procura e fica-se com as notícias maquilhadas, transformadas, inventadas ou escondidas, como aquela sobre a Islândia (http://goo.gl/1EVaR). E ainda, quando alguém critica qualquer coisa, como aconteceu sobre as relações entre o Cavado (autor da miséria, mas não neoliberal) e o governo neoliberal, logo querem abafar e cai o Carmo e Trindade.

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  6. Lembramos que a consciencialização e reforço da responsabilidade pela ética não exclui, obviamente, uma justiça eficaz e medidas legas de combate á corrupção. Salientamos a prevenção pela consciencialização porque é sempre esquecida e descurada. O papel da educação e valores tem sido sempre esquecido, sendo que o caso da corrupção e alguns hábitos sociais verdadeiros casos de cultura e educação.

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  7. Vejo que desconhecem o que tenho escrito sobre este assunto, ou teriam notado que esse ponto é um dos mais batidos, pelo que só posso acrescentar que sobre ele estamos completamente de acordo. A falta de civismo, querer ter todos e rejeitar as obrigações mais básicas, o orgulho em ser-se ignorante e medíocre(auto-estima) que impede reconhecer o que está mal e corrigi-lo, os valores e heróis rascas com que substituíram os verdadeiros, terem feito dos filhos uma geração de rascas, falarem e escreverem como iletrados, etc., etc.

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