segunda-feira, 11 de abril de 2011

Corrupção como atentado à Democracia

 Apresentamos de seguida um excerto de uma parte da fundamentação utilizada no projecto do Movimento Anti-Corrupção para concorrer à categoria Democracia do concurso do Movimento Milénio:

Como sabemos, para que uma democracia - ou "Governo do Povo", do ponto de vista etimológico e ideal do termo -  se concretize, ou seja, exista de facto, os cidadãos (que são o dito Povo), têm forçosamente de estar informados para se poder governar “bem” (directa ou indirectamente). Isto significa que têm de ter acesso à informação e as capacidades inatas de usar essa informação enquanto base de saber para uma cidadania activa benéfica e consequente. Não actuar perante a corrupção - nas suas variadas formas - significa o falhanço do exercício de cidadania e um golpe de morte no sistema democrático. Assim, a Democracia não se concretiza pois as actividades de corrupção favorecem alguns (os que as praticam) em detrimento de todos os outros. Como todos os outros são o Povo, o "Governo do Povo" - A Democracia – falha, pois é o interesse do próprio Povo que não é salvaguardado.
 Praticar a corrupção é atacar uma das bases em que assenta a própria Democracia: a igualdade de oportunidades. Pois ao mais simples e pequeno acto de corrupção associa-se quase sempre um favorecimento discriminatório e de efeitos negativos para a maioria.
Então, seguindo esta linha de raciocínio, considera-se a corrupção como fruto da incapacidade de actuar dos próprios cidadãos, naquilo que é sua obrigação e dever, independentemente do papel e responsabilidade das autoridades públicas. Se reflectirmos, um Estado ou Sistema de Governo (nacional ou local) existe na medida em que a sua população o permite – aqui, a génese do problema são as práticas sociais e pessoais que estão associadas a uma falta de ética e educação da generalidade dos Portugueses. Obviamente que essa falta de educação não é do ponto de vista académico, mas sim ao nível dos valores éticos e do sentimento de responsabilidade do indivíduo para com a sociedade em que vive e que faz parte, dos seus direitos mas especialmente dos seus deveres.
O papel do Estado, das autoridades e instituições levantará muitas outras e diferentes questões. 

1 comentário:

  1. Bom texto. Contudo, julgo que é o povo que não salvaguada o seu próprio interesse...

    Passei a segui-lo e, também, a divulgar o seu trabalho no meu post de hoje onde (alertado pela Manuela Araujo) o seu blogue é citado

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